sábado, 7 de maio de 2011


Em comemoração aos 50 anos da colonização do povoado do Treze, promovida pelo visionário Antonio Martins de Menezes, o portal Lagartense lançou a quarta edição da sua versão impressa trazendo uma matéria que mostra parte desta história, engrossando a lista de homenagens ao fundador daquele que se tornaria o maior povoado do município de Lagarto.
As consultas sobre a matéria poderão ser feitas também ao logo deste blog que trata direta e exclusivamente da saga deste homem, símbolo do pioneirismo de movimentos sociais que mudaram a história lagartense, ao lado de nomes como Monsenhor Daltro.

A mais antiga habitante da Colônia Treze


Fugida do bando de Lampião, a família de Josefa Maria de Jesus chegou em Lagarto primeiramente no Sobrado e depois, por influencia de Antonio Martins, veio para o lugar chamado de Tangente, e que acabaria chamado de Colonia Agrícola Antonio Martins de Menezes e mais tarde de Colonia Agrícola do 13. A foto da casa abaixo mostra a padronização arquittônica imposta no projeto de Colonização propriamente dita com desmatamentos, demarcações, financiamentos bancários e posses, levada a frente pelo benfeitor "Antonio de Porfírio". Simpática e bastante lúcida, contadora de estórias, D.Josefa completou 97 anos.


Casa padrão do início da colonização do Treze.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ganancioso de humanidade

Ouça na integra o depoimento de Dom Mário Rino Sivieri sobre Antonio Martins de Menezes.



Postado por Antonio de Medeiros.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Amigo do Peito


Francisco Rodrigues do Nascimento


Antonio Martins era mais que um amigo, era uma amigo do peito. Entre dezenas de estórias juntos, se destaca a confusão ocorrida nas terras do Genipapo, quando A. Martins teimou em promover uma reunião com o povo que resistia às modificações sugeridas pelo desbravador.

Aguardem maiores detalhes do fato neste blog.


Postado por Antonio de Medeiros.

E o povo, agradeceu?























Manoel Messias do Nascimento


Como prefeito, Antonio Martins andava pra cima e pra baixo por todas estas ruas e estradas. Um dia, ele chegou dizendo que iria me dar 10 tarefas de terra com casa feita. Levou-me até lá e perguntou: "O terreno é bom?" pra quem quer trabalhar, sim, respondi. A terra nesta região do Treze não era de boa qualidade, mas acabei ficando com ela.

Conforme prometera, no mês de março ele entregou-me a casa, era um homem de palavra.

Um dia ele ia passando e eu lhe dei um caldeirão de batatas plantadas nesta terra, o que lhe causou surpresa pois as pessoas só se aproximavam dele para pedir. Mas levou o caldeirão e comeu das batatas. Com relação a morte de Antonio Menezes, o seu Manoel Messias referiu-se a falta de reconhecimento por parte do povo: será que o povo agradeceu? Não! Ele ficou doente e ninguém foi até ele agradecer.


Postado por Antonio de Medeiros.

"Invernada"




















Antonio Martins Filho e Abílio



Seu Abílio conta que uma "invernada" (tempestade) em 1962, em 48 horas derrubou 85 casas. Antonio Martins era o avalista de todas estas vítimas da enchente. Para reunir os que decidiram ficar na região, o gerente do Banco do Brasil fez a sugestão da criação de um cooperativa, que começou com 35 assinaturas. Não teve mais porque corriam boatos sobre nós sermos simpáticos ao comunismo. Inclusive 9 deles chegaram a ser presos, e soltos através de uma ação do deputado Pedro Batalha de Góis.

O Treze só é o que é, graças a Martins e estes companheiros que o seguiram. "Se Lagarto tivesse uns quatro ou cinco homens como Antonio de Porfírio, o município seria o melhor do estado. Açu, Estancinha, Genipapo, Brasília, que não valiam nada, estão aí para provar o grandioso trabalho dele. Eu gostaria antes de morrer, de ver o Treze virar cidade.

Acabo de rejeitar R$ 600.000 (seiscentos mil reais) pela propriedade e se asfaltarem esta pista, faço mais de R$ 1.000.000 (um milhão).


Postado por Antonio de Medeiros.

Reconhecimento


























José Vicente de Meneze (Juca)


"Dentro de Lagarto, foi o homem que tinha."
Morador há 50 anos na casa que ganhou de Antonio Martins, Juca reconhece seu benfeitor e diz mais: "Ele me deu madeira, tijolo, areia, dinheiro no banco e escritura do imóvel. A mim somente não, a mais 30 pessoas e ainda colocou água na região. Tudo que tenho foi doado por ele. Era uma pessoa assim, se alguém lhe pedisse um cruzeiro ele tirava do bolso cinco! E não exigia devolução."

Postado por Antonio de Medeiros.

O Resgate Folclórico



Lambesujos - 1962



Lanceiros - 1962


Parafusos - 1962


Mascarados - 1960


Canas-Verdes - 1960















Taieiras - 1960


Postado por Antonio de Medeiros.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Motivação



























Aloísio Natal da Fonseca


Convencido por A. Martins, homem de extrema visão, Aloísio comprou duzentos hectares em 1972, região compreendida pelos povoados Brasília e Genipapo, após o fim da exploração da cultura do fumo. Tal operação contou ainda com a participação de Zé Grande, Chico da Casa Ideal e Dória, cabendo a cada um duzentas tarefas ao preço de CR$ 25.000 (vinte e cinco mil cruzeiros) cada.

Graças a motivação de "Antonio de Porfírio" e ao comércio de fumo da época, agradeço as conquistas alcançadas.


Postado por Antonio de Medeiros.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Surgimento da Colonia Treze



Este filme (parte) resgata a verdade sobre a colonização do povoado Treze pelo visionário e desbravador Antonio Martins de Menezes. O filme completo sobre o povoado Treze, abertura de estradas, assim como as obras de vulto realizadas em Lagarto serão postadas brevemente. Aguardem!

No video acima o personagem central é o idealizador e criador da Colonia Treze.


Postado por Antonio de Medeiros.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

HISTÓRIA E ESTÓRIAS DE LAGARTO

Num ano marcado por eleições, nada melhor do que evocar a memória de nomes que
marcaram a história política de Lagarto, ainda mais quando os tempos atuais pecam pela falta de bons exemplos e boas opções de voto. Num elenco de distintas e verdadeiras lideranças
lagartenses, desponta o nome de Antônio Martins de Menezes (28.08.1913 - 02.02.1995).

Vereador entre nos anos 1950, quando chegou a ser Presidente da Câmara, foi ainda
Prefeito de Lagarto de 1958 a 1962. E vice de Artur de Oliveira Reis de 1983 a 1989. Seu
grande legado em muito se assemelha ao saudoso Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro: o estímulo ao desenvolvimento da pequena propriedade e a distribuição de terras a famílias menos abastadas que pudessem tirar seu sustento da atividade agrícola.

Nesse sentido, a criação da Colônia Treze, um dos mais importantes povoados do Município de Lagarto, se sobressai no conjunto das contribuições administrativas de Antônio Martins. Esse processo ocorreria entre os anos 1950 e 1961. Trata da aquisição de terras improdutivas, numa região chamada “Treze” ou “Tangente”, que pertenciam ao Sr. Joviniano José de Souza e que foram batizadas de Colônia Antônio Martins de Menezes (a Faculdade José Augusto Vieira possui em seu acervo, como parte do Projeto Doe Memória e Faça História, a bandeira original). Isso em 1960. Oficialmente falando, a Colônia Treze nasce no ano seguinte, quando é feita a primeira doação de seu fundador, em 12 de dezembro de 1961 (a padroeira do povoado até hoje é Santa Luzia, que se comemora exatamente no dia seguinte à fundação – dia 13 de dezembro).

Segundo escritura de doação datada de 1961, o primeiro beneficiado foi o Sr. José de
Almeida. Estes, como aos que se sucedeu a ele, tinham a contrapartida de povoar e desenvolver economicamente às terras. Quase 50 anos depois (a serem comemorados com galhardia por aquela comunidade), o resultado está aí, apesar das dificuldades enfrentadas por um de seus maiores empreendimentos: a Coopertreze.

Símbolo da pujança desenvolvimentista de Antônio Martins destaque para a melhoria das condições elétricas do município. Com o apoio do então Deputado Federal Lourival Batista, substitui o antigo “locomóvel” (uma espécie de casa de força) e implantou um novo tipo de
iluminação que advinha em grande medida em função da instalação e funcionamento da Usina
Hidrelétrica de Paulo Afonso.

O espírito desbravador de Antônio Martins de Menezes não esteve apenas presente na
fundação da Colônia Treze. Coube a ele expandir o perímetro da cidade além do antigo Tanque Grande, sendo responsável pela abertura de uma via que ligava o centro da cidade ao Bairro Horta, hoje uma das principais artérias do comércio lagartense (que dá acesso à popular feira livre) e roteiro das festas de folia e de forró, como Lagartofolia, Micareta e Festival da
Mandioca.

Outro dado curioso que pode ser levantado das ações administrativas do grande desbravador lagartense é a valorização da cultura popular e religiosa da cidade, tendo dado ênfase, sobretudo, ao folclore e ao civismo.

Claudefranklin Monteiro Santos – Professor do Departamento de História da UFS. Doutorando em História pela Universidade Federal de Pernambuco.

Fontes Básicas:
FONSECA, Adalberto. História de Lagarto. Governo de Sergipe, 2002.
SANTOS, Maria José Lopes dos. Os Primórdios da Colônia Treze (1950-1962). Monografia.
Departamento de História/PQD 2/Universidade Federal de Sergipe (Pólo de Lagarto), 2002.
SANTOS, Claudefranklin Monteiro (Org.). Uma Cidade em Pé de Guerra: Saramandaia x Bole-
Bole. Aracaju: Editora J. Andrade, 2008.

O Contador

























José Antonio dos Santos


Após ter voltado de São Paulo (Capão Redondo), José dividia seu tempo entre as aulas da professora Lourdes Luduvice e a venda de beijus feitos por sua mãe, para ajudar no orçamento familiar e, foi assim, que conheceu A. Martins um grande apreciador desta iguaria.

Além de trazer a energia de Paulo Afonso para Lagarto, outro grande feito foi a abertura da maior avenida da cidade (no oitão do supermercado GBarbosa), aterrando o Tanque Grande, rompendo até a Várzea dos Cágados.

Observação: segundo José Antonio dos Santos, que transformou-se em um grande contador (Ciências Contábeis), Martins fez esta obra com recursos próprios, dinheiro dele.


Postado por Antonio de Medeiros.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Em busca de negócios
















Martins era um comerciante nato, comercializava fumo e com o apurado comprava terras sendo que algumas mais tarde seriam até distribuídas gratuitamente. Viajava muito. Na foto o seu Pontiac novo fazendo a travessia numa balsa em uma destas viagens. Martins não hesitava em colocar este carrão nas pistas sem asfalto em buca de negócios.

Postado por Antonio de Medeiros.

Amor incondicional

















Joel José de Souza


Quando o comércio do fumo de Lagarto começou a transferir-se para Fortaleza/CE, o centro de negociações de peso, Joel que a esta altura havia saído da Marinha do Brasil, e transformara-se em "caminhoneiro", conheceu A. Martins. Daí por diante realizaram muitas viagens juntos onde ouviu muito ou quase tudo dos sonhos de Antonio de Porfírio.

Enveredaram por outras regiões como Rio Real/BA. Viviam em barracões em terras devolutas da União, por onde o homem jamais havia passado. Martins levava colonos arrendados em Lagarto e próximos da região para abrir primeiro picadas e depois com máquinas estradas usadas até hoje.
Como prefeito, Joel afirma: "A. Martins foi colocado na prefeitura de Lagarto por intermédio do povo do Treze."

A ligação dele com o povo da colônia era tão grande que eleito, deixou a Prefeitura de Lagarto nas mãos do irmão Zeca e foi para a Colônia que era na verdade, a sua vida.

Ainda segundo Joel, o perfil de A. Martins era o social, o favorecimento, a ajuda, o crescimento, a oportunidade sempre para os mais necessitados. Como ser humano, Joel destaca uma passagem ocorrida em Aracaju quando a esposa de Menezes, doente, internou-se no Hospital São Lucas por conta do diabetes que era grave. Joel emprestou uma certa quantia a A. Menezes, que a colocou no bolso. Nisto foram chegando pessoas que o conheciam, pessoas também com diversos problemas de saúde. Como eram pessoas simples e com problemas financeiros, pediam ajuda ao seu benfeitor. Martins, a cada pedido, tirava do bolso o dinheiro que Joel lhe emprestara. Em menos de duas horas A. Martins não tinha mais nenhum tostão da referida quantia.

Com relação a COOPERTREZE - Cooperativa do Treze, Joel afirma que a mesma foi fundeada nas terras compradas de A. Martins, e só foi fundada por ter sido uma idea sua. Mesmo assim, a COOPERTREZE não rendeu nenhuma homenagem ao seu idealizador e facilitador territorial.


Postado por Antonio de Medeiros.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

E se fez a luz
















ato solene da assinatura do convênio entre a prefeitura da Lagarto/SE com a CHESF - Companhia Hidrelétrica do São Francisco em 1962



Quando prefeito de Lagarto, Antonio Martins de Menezes apesar de "pouco letrado" tinha plena consciência das modernidades e suas necessidades. Ele sabia como era imprescindível a energia, o povo e suas ideias precisavam deste recurso e assim, Antonio de Porfírio trouxe para Lagarto a luz produzida por Paulo Afonso e tudo mudou para sempre.

Postado por Antonio de Medeiros.

Melhores pomares de laranjais do Brasil

























José Luís Ferreira


Caminhoneiros das antigas, Zé Luis como era conhecido no "trecho" conheceu A.Martins Menezes quando comprou um Ford F600 a gasolina, zero quilometro, para transporte de fumo. O encontro se deu na casa de móveis IDEAL em Lagarto. Passaram a encontrar-se  no café do "Seu Raimundo", na calçada dos Correios onde aconteciam os encontros para muito papo e altos negócios.

Negócios baseados na palavra e na confiança apesar de grandes volumes de mercadorias e de valores em dinheiro. Quando Zé Luis com seu Ford novinho em folha foi fazer seu primeiro negócio, não tinha capital , mas bastou falar no nome de A.Martins Menezes, que imediatamente obteve crédito.Fizeram muitas viagens juntos vendendo fumo por este Brasil afora.

Da pessoa de Menezes, Ferreira disse ser um homem"impressionante", trabalhador, de visão apurada e extritamente caridoso, além de excelente pagador e antes de tudo, justo.

Zé Luis Ferreira rendeu uma homenagem ao amigo como reconhecimento pelo seu valor histórico, perpetuando esta amizade, com uma placa colocada a beira da estrada na Vagem do Espinho, povoado Estancinha, onde segundo Ferreira plantaram-se os melhores laranjais do Brasil, com os seguintes dizeres: "À Antonio Martins de Menezes, o homem, o caminho, a descoberta, o progresso. Agradeço por todos, José Luis Ferreira".

Postado por Antonio de Medeiros.

Profecia...
















Juarez Justiniano Ramos à esquerda na foto

Esta é uma das últimas casas-padrão dos anos 60, que fizeram parte das ações reformadoras na região da Colonia 13, feitas por A.Martins de Menezes. Na foto, o primeiro da esquerda, Sr. Juarez Justiniano Ramos, 86 anos, um dos remanescentes desta época. Durante toda a entrevista, o Sr. Juarez fez questão de afirmar que "Antonio de Porfírio" fora o responsável pelo surgimento e crescimento daquela região e que é injustiça não ser reconhecido na hora da fundação da COOPERTREZE - Cooperativa Agrícola do 13.
Segundo Sr. Juarez, a importancia de A.Menezes foi tão grandiosa que até hoje, 50 anos após, ainda há gente que chora quando ouve falar em seu nome. O Sr. Justiniano resistiu ao "dilúvio" de 1962, quando a maioria tratou de sair das terras, mas, atendendo a uma "profecia" de Menezes, ficou. A profecia era a de que ele ainda iria ganhar muito dinheiro com aquelas terras e a casa. Neste novembro de 2010, o Sr. Juarez "enjeitou" R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) pelas 10 tarefas e esta casa da foto, assim como profetizara seu benfeitor.
Detalhe; tão logo o filho de Menezes foi reconhecido, o Sr. Juarez foi até seu quarto e rapidamente voltou com o "santinho" da morte de A.Menezes, como se estivesse ali, tão fácil a nossa espera.

Postado por Antonio de Medeiros.

Pioneirismo na reforma agrária em Lagarto através de "Antonio de Porfírio"

Textos e documentos elaborados pelo jornalista Pedro Menezes, para consultas acadêmicas neste blog em construção. Aguardem!


Postado por Antonio de Medeiros.

Assim nasce oficialmente a Colônia Treze

"Certifico, por solicitação verbal da pessoa interessada que, revendo os livros deste Cartório a meu cargo, verifiquei que em 22 de novembro de 1960, foi transcrito sob o nº 17.496 as fls. 121 do livro nº 3S, o imóvel constante de uma pequena área de terra, medindo quarenta (40) varas de largura na frente, igual dimensão de largura nos fundos, por cento e cinquenta (150) varas de frente a fundos, situada e lugar denominado Treze ou Tangente, deste municipio. Dita área de terra, fora doada pelo Sr. Antonio Martins de Menezes à Antonio Fontes da Silva...(certidão do cartório do primeiro ofício do termo e comarca de Lagarto)."


Postado por Antonio de Medeiros.